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Hoje

20/05/2010

Hoje sou apenas um espectador silencioso, vejo e admiro de longe sem poder tocar, sem poder sentir e sem poder fazer diferença.

Hoje sou apenas uma leve e breve brisa sem força nem para desarrumar teus cabelos, quem dera, ao menos, poder arrepiar tua pele quando, suavemente, tocasse a superfície da tua nuca como se estivesse encostando meus lábios.

Hoje não passo de um passado, de uma lembrança de alguns momentos, momentos soltos, memórias quebradas sem ligação suficiente para construir recordações, fotos num porta-retrato ou palavras soltas em um caderno velho esquecido e largado no fundo do armário.
Hoje me tornei ontem sem nunca ter tido a esperança de me tornar amanhã.